Embriologia do Reino Metazoa
O reino
Metazoa é formado pelos animais, desde o filo Porifera até o filo Chordata – e a
ciência que os estuda é denominada Zoologia. As características gerais dos
metazoários são:
¨
Multicelularidade
¨
Eucariontes (carioteca reveste o núcleo)
¨
Cooperação e comunicação celular (hormonal e neuronal, além da formação de gap junctions)
¨ Sem parede celular
¨
Presença de colágeno
¨
Movimento (tecido muscular + esqueleto)
¨
Heterotrofia por ingestão (e maioria extracelular)
A BLÁSTULA, um embrião com cavidade, é o segundo estágio do desenvolvimento embrionário dos animais. É
a apomorfia dos metazoários.
Fonte: Elaborado pelas autoras
O reino
Metazoa é constituído por nove filos, a ver: poríferos, cnidários, platelmintos,
nematoides, moluscos, anelídeos, artrópodes, equinodermos e cordados. Esses
grupos podem ser divididos usando diferentes critérios:
a) Tecido: Parazoa
(somente os poríferos não possuem tecidos verdadeiros) ou Eumetazoa (todos os demais filos);
b) Folhetos embrionários: Diblástico (somente os cnidários têm dois folhetos: a ectoderme e a
endorderme) ou Triblástico (a partir
dos platelmintos todos possuem três folhetos embrionários: ectoderme, mesoderme
e endoderme);
c) Blastóporo: Protostômios (proto =
primeiro ® desde os platelmintos até os artrópodes, o blastóporo
origina a boca) ou Deuterostômios (deutero = posterior ® blastóporo dá origem ao ânus nos equinodermos e nos
cordados).
Acerca
da embriologia do reino Metazoa, cabe destacar que a união do gameta masculino
ao feminino origina o zigoto. Este
sofre clivagens (uma série de mitoses, ou melhor, divisões celulares) e forma a
mórula, composta por células
totipotentes. A mórula dá origem à blástula
(a apomorfia dos metazoários é constituída por blastômeros e pela
blastocele, a cavidade interna). Nesta fase surgem os PORÍFEROS. Caso a
blástula evolua para a gástrula, há
a formação de dois folhetos: a ectoderme e, em seguida, a endoderme. Ademais,
ocorre o surgimento do blastóporo e do arquênteron (o intestino
primitivo). Então, surgem os CNIDÁRIOS. Se as células da ectoderme e da
endoderme se espalharem pela blastocele, acontece o surgimento do terceiro
folheto, a mesoderme. Esta etapa origina seres bidimensionais, os PLATELMINTOS.
Caso surja o pseudoceloma, são formados os NEMATOIDES (vermes cilíndricos caracterizados
pela ecdise, uma cutícula de quitina). A partir deles, todos os seres são
triblásticos, ou seja, têm três folhetos embrionários (ecto, meso e endoderme).
O
esquema a seguir resume a embriologia dos metazoários:
http://segundocientista.blogspot.com/2015/05/embriologia-dos-metazoa-ii.html
A origem
dos metazoários foi estudada por vários biólogos, como Ernest Haeckel, Ilya
Ilych Mechnikov, Libbie Henrietta Hyman, Hadzi e Hanson. Abaixo, as três
principais teorias: a Colonial, a Sincicial e a Simbiótica.
a) Teoria Colonial:
a teoria mais frequente foi iniciada por Ernest Haeckel – em 1874 – e
modificada por outros dois cientistas. Segundo o estudo, os ancestrais dos
metazoários são os coanoflagelados, ou seja, protozoários coloniais muito
semelhantes aos poríferos. Dentre os fatos que corroboram a teoria, vale
destacar a presença de células espermáticas flageladas e a presença de blastea,
gastrea, etc.
b) Teoria
Sincicial: desenvolvida por Hadzi e Hanson em 1950, a teoria indica que os
animais surgiram a partir de protistas ciliados (multinucleares e com
simetria bilateral, semelhantes ao Paramecium
sp.) que, mais tarde, teve seu núcleo separado por uma semi-membrana
interna. A teoria sincicial também afirma que os animais têm uma origem
difilética: enquanto os poríferos teriam sido originados por um protoctista
ancestral, os demais metazoários surgiram a partir de platelmintos acelomados.
Alguns fatos que sustentam a teoria são o tamanho pequeno, a bilateralidade e a
presença de muitos cílios em uma só célula.
c) Teoria
Simbiótica: a teoria entende que um procarionte fermentador primitivo
sofreu invaginações que, junto ao estabelecimento de relações simbióticas com
outros procariontes, garantiu o surgimento de núcleo e organelas. Assim, as
células eucariontes formadas deram origem a uma colônia; em seguida, a
diferenciação de tecidos formou o primeiro metazoário.
Por fim,
um cladograma simplificado do reino Metazoa:
Fonte: Elaborado
pelas autoras
Referências:
FAVARETTO,
José Arnaldo. Biologia: unidade e diversidade:
2. 1ª edição. São Paulo: FTD, 2016.
PAIM,
Antônio Carlos. Embriologia dos
Metazoários. Disponível em: <http://segundocientista.blogspot.com/2015/05/embriologia-dos-metazoa-ii.html>
Acesso em: 06 jun. 2019.