Sistemática e Taxonomia


          A taxonomia é a classificação dos seres vivos a partir de critérios dicotômicos. O pai da biologia, Aristóteles, foi o primeiro a dividir os seres conhecidos em grupos (chamados, por ele, de reinos): mineral, vegetal e animal. Essa divisão obedeceu a dois critérios, a vida e a ânima (alma). Também foi Aristóteles que criou os termos “categoria”, “gênero” e “espécie”. Outro nome importante foi Teofrasto, considerado o pai da botânica.
           Em 1753, o sueco Carl von Linné retomou o estudo da taxonomia. Autor de Systema Naturae, ele é o responsável pela criação da atual divisão em categorias taxonômicas. São elas, da mais para a menos abrangente:

REINO
FILO
CLASSE
ORDEM
FAMÍLIA
GÊNERO
ESPÉCIE

            Portanto, segundo essa divisão um reino agrupa filos, que agrupam classes, que agrupam ordens, que agrupam famílias, que agrupam gêneros que, enfim, agrupam espéciesA foto abaixo mostra as categorias taxonômicas do ser humano:

Fonte: Elaborado pelas autoras.

            Linné também estabeleceu algumas regras para a nomenclatura biológica:

¨ O nome científico é binomial (Gênero + espécie);
¨ O gênero inicia com letra maiúscula, enquanto a espécie tem a inicial minúscula;
¨ O nome deve ser escrito em latim ou latinizado;
¨ Quando digitado, o nome deve estar em itálico. Se for manuscrito, deve ser sublinhado;
¨ Caso haja a repetição do nome da espécie, ele pode ser abreviado após a primeira ocorrência. Ex.: Hydrochoerus hydrochaerus (capivara) a H. hydrochaerus;
         ¨ Quando um texto não determina a espécie, ou seja, trata do gênero como um todo, o nome é seguido apenas pela expressão “sp.”. Ex.: Polystira sp.

        Em 1977, o biólogo estadunidense Carl Woese propôs a classificação a partir de domínios, levando em consideração semelhanças e diferenças moleculares entre ácidos nucleicos e certas proteínas dos seres vivos. Há três domínios: Archaea (muito semelhantes às bactérias, costumam viver em condições extremas), Bacteria (organismo unicelulares e procariontes, ou seja, as bactérias e cianobactérias) e Eukarya (eucariontes, uni ou pluricelulares, pertencentes aos reinos Protoctista, Fungi, Metaphyta e Metazoa).
        Outro conceito importante é o de espécie, baseado em diversas premissas – apresentadas na imagem a seguir.

                                                                              Fonte: Elaborado pelas autoras.

           Com o conceito de espécie, surge uma outra definição: a de população. Uma população é um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que vive em uma determinada área em um dado período de tempo. Seus indivíduos têm uma maior probabilidade de cruzar entre si do que com outra população da mesma espécie. É importante lembrar que uma população tem um crescimento limite (tamanho máximo), visto que caso haja um aumento exagerado de indivíduos surgem problemas de sobrevivência (falta de espaço, alimentação, etc.).

        O próximo tópico é a especiação, ou melhor, a formação de novas espécies a partir de espécies pré-existentes. Há dois processos: a anagênese e a cladogênese. O primeiro, mais raro, é o acúmulo de mutações. Sendo assim, uma espécie evolui e transforma-se em outra; a espécie original deixa, portanto, de existir. Já a cladogênese é a separação de uma população em duas ou mais espécies – devido ao isolamento geográfico, por exemplo.


Fonte: https://www.cientic.com/tema_evoluc_img3.html

            O fator geográfico foi o responsável pelo surgimento de uma nova espécie de serpente, a Bothrops insularis, exclusiva da ilha da Queimada Grande (SP). Atualmente, devido à biopirataria e às queimadas provocadas por pescadores interessados em desembarcar na ilha, a espécie corre risco de extinção. A reportagem abaixo, feita pela BBC Brasil em fevereiro de 2018, trata dessas serpentes.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-43115867

            Uma ferramenta da taxonomia é o cladograma, um diagrama que apresenta as relações filogenéticas, ou seja, o parentesco evolutivo. Abaixo, um cladograma do filo Chordata, que inclui os humanos.


Fonte: http://supernovaciencia.blogspot.com/2012/08/filo-chordata-cordados.html


           Por fim, existem dois conceitos também importantes: apomorfia e plesiomorfia. A apomorfia é uma característica exclusiva de um grupo (como a presença de glândulas mamárias nos mamíferos), enquanto a plesiomorfia é uma característica ancestral – compartilhada, primitiva – que se mantém no grupo moderno. É importante ressaltar que as apomorfias são novidades evolutivas, ou melhor, o critério de divisão taxonômica. 



Referências:

BBC BRASIL. A ilha do litoral de São Paulo com a segunda maior concentração de cobras do planeta. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-43115867>. Acesso em 21 fev. 2019.

CIENTIC. Evolucionismo. Disponível em: <https://www.cientic.com/tema_evoluc_img3.html>. Acesso em 21 Fev. 2019.

FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia: unidade e diversidade 2. 1ª edição. São Paulo: FTD, 2016.

MELHOR BIOLOGIA. Taxonomia. Disponível em: <https://melhorbiologia.blogspot.com/2013/05/taxonomia.html>. Acesso em: 22 fev. 2019.

SUPER NOVA CIÊNCIA. Filo Chordata - Cordados. Disponível em: <http://supernovaciencia.blogspot.com/2012/08/filo-chordata-cordados.html> Acesso em: 06 mar. 2019.

VESTIBULAR. Cladogramas. Disponível em: <https://www.vestibular.com.br/dica/o-que-sao-cladogramas-e-por-que-algumas-provas-adoram-esses-diagramas/>. Acesso em: 22 fev. 2019.